terça-feira, 24 de junho de 2014

Bateram-me

Eu adoro Lisboa. ADOOOOOOORO (*dito com o maior ar sarcástico que conseguirem imaginar*). Era capaz de subir a calçada do Chiado de joelhos como numa procissão até ao Largo de Camões e no fim beijar aquele chão maravilhosamente infestado de pastilhas e caca de pombo.

Ora bem, a aventura de hoje foi ir para lá de carro, coisa que só fiz uma vez (e também não correu bem). Ia eu todo contente para a aula de Desenho quando um taxista me bateu de lado. Ding Ding Ding! Já ganhei o dia. Primeira vez que me acontece algo desde que tenho a carta de condução.
Lá parei o carro e saí para falar calmamente com o senhor. Esqueceu-me que era um taxista. Lá veio ele a bracejar e a levantar a voz muito irritado quando falei em assinar a declaração amigável. Eu, com toda a serenidade de uma senhora do século XIX, a pedir-lhe que se acalmasse e tentasse fazer as coisas a bem, mas o casmurro a dizer que não assinava e que não pagava nada e que estava a ser engrupido porque o carro não tinha nada. Não tinha realmente quase nada, só uns riscos, mas a atitude dele não me agradou.

Chamei a polícia. Quando fiz isto, ele foi buscar um produto qualquer com um pano para limpar os riscos, dizendo que saía. Saiu mesmo. Mas fiquei à espera da polícia porque ele continuava a gritar e a ser rude. Esperei UMA HORA pela polícia. Se estivesse a morrer, bem que podia ficar à espera até apodrecer. Estava a faltar à aula.

Lá disse ao homem que não podia esperar mais (depois de ter telefonado mais uma vez para a polícia). Disse-lhe que só teimei pela falta  de respeito dele. Acreditam que mesmo assim, sabendo ele que podia ir embora impune, continuou com aquele tom de voz que me ia bater? E continuou a discutir sobre o assunto. Lá tive de lhe dizer para esquecer o assunto da batida e que ele devia era ser mais simpático. E acabei por lhe dizer que se isto lhe voltar a acontecer para que ele seja mais paciente. Lá me apertou a mão.

Enfim....é o povo que temos.
Já vos contei que no outro dia ia a passar à frente da estação do Rossio com um amigo e um drogado com aspecto horrível e sangue nos lábios começou a caminhar ao nosso lado, a tocar-nos e a agarrar-nos?
Adoro. A minha vida fica mais interessante sempre que vou a Lisboa.

Olhem, fiquem com a caca do único desenho que consegui fazer na aula de hoje.


4 comentários:

  1. ainda não tive essa "sorte" desde que estou em lisboa.. mas quanto a coisas estranhas, pessoas chatas e com maus aspecto a falar connosco.. isso é quase o pão nosso de cada dia!
    esse desenho é um pouco... sugestivo! :)

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  2. as belas maneiras do povo português ;) caca?! nada disso!!

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  3. Isso é que foi uma "aventura". Acho que podes concluir que ir a Lisboa não é coisa que devas fazer muitas vezes. Esta gente tem a mania de fugir à responsabilidade. Então se o gajo te bateu só tinha de assumir e resolverem as coisas a bem. Enfim...

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  4. Puxa adorei o teu dia! Acontece ao melhores, bater contra um taxista é mesmo top, parabéns ;) O desenho está formidável

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